O Novo Testamento é a segunda parte da Bíblia. Ele é mais recente, menor e teve um número reduzido de escritores. Além disso, ele também levou um tempo menor para ser escrito quando comparado com o Antigo Testamento.
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Já mencionamos em um outro vídeo como a revelação na Bíblia é progressiva. Deus foi revelando a Si mesmo progressivamente ao longo das Escrituras, e aqui, no Novo Testamento, essa revelação é completa. Jesus é a revelação final de Deus, o próprio Deus encarnado. Foi justamente o nascimento de Jesus que inaugurou o Novo Testamento. Depois de muitos anos de silêncio, tudo o que foi escrito, foi escrito depois dele.
O cenário do Novo Testamento é muito diferente do Antigo. A Palestina estava sob domínio romano e o idioma quase universal era o grego. O Império usufruía de uma certa paz e prosperidade, período que os historiadores chamam de Pax Romana.
Roma estava florescendo, e essa paz permitia grande mobilidade e intensificação do comércio desde o Oriente até o extremo Ocidente. Por terra ou por mar, havia grande transporte de mercadorias e pessoas. Mas por que isso é importante para o nosso estudo sobre o Novo Testamento?
Essa relativa “paz mundial”, bem como a existência de um grande número de estradas, possibilitou uma maior propagação das Boas-Novas. Isso fica bem claro quando vemos Jesus e os apóstolos depois dele fazendo muitas viagens por toda a região.
O Novo Testamento foi escrito em grego. Mas não o grego culto, dos filósofos e homens instruídos. O grego da Bíblia é o grego koiné, aquele usado pelos comerciantes, pescadores e homens comuns. Foi inspirado pelo Espírito Santo dessa forma para que o máximo de pessoas pudessem ser alcançadas e, assim, mesmo aqueles que não eram judeus conheceriam a história de Jesus.
Assim como o Antigo Testamento, o Novo Testamento não está organizado em ordem cronológica, mas por temas. Existem variadas formas de subdividir o Novo Testamento, e neste vídeo, adotaremos a seguinte: os Livros Biográficos, ou seja, os quatro Evangelhos que contam a vida de Jesus, Seu ministério, e claro, a consumação do plano divino para nossa redenção, o sacrifício de Jesus.
Em sequência, temos um Livro Histórico, o livro de Atos dos Apóstolos, que conta a história da igreja em seu início e também narra a expansão do Evangelho entre judeus e gentios. Depois começam as Cartas destinadas aos primeiros cristãos: são treze Cartas Paulinas, que estão organizadas da maior para a menor, e não na ordem em que foram escritas. Elas são seguidas pelas Cartas Gerais, de Pedro e Tiago, por exemplo. Por fim, temos um Livro Profético, Apocalipse, que fala sobre o fim dos tempos.
O Novo Testamento foi escrito por um período de tempo muito menor. Em aproximadamente 95 d.C., quando João escreve o livro de Apocalipse, toda a Escritura estava completa.
Por ser menor que o Antigo Testamento, conseguimos traçar uma ordem dos acontecimentos de maneira muito mais fácil. A chegada de Jesus deu início ao Novo Testamento e sua vida marcou profundamente a história da humanidade com seus ensinos, milagres e, é claro, Sua morte de cruz. A crucificação de Jesus aconteceu em aproximadamente 30 d.C. e 50 dias depois, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado e a Igreja teve seu início.
O martírio de Estêvão, em aproximadamente 31 d.C., também foi um ponto importante. A partir disso, inicia-se a perseguição contra os cristãos. Acontece que essa perseguição fez com que os cristãos se espalhassem por toda a Judéia e Samaria, levando à expansão da Igreja. (Atos 8:1)
Paulo foi um desses judeus que perseguiam os cristãos, mas se converte em aproximadamente 35 d.C., tornando-se um importante instrumento nas mãos de Deus para a pregação do Evangelho. Sua primeira viagem missionária acontece por volta de 46 d.C. acompanhado de Barnabé. Muitas cartas são escritas às igrejas e cristãos que estão espalhados por toda a região, enquanto enfrentam grande perseguição. Em 64 d.C., Roma é incendiada e Nero culpa os cristãos. Esse incêndio dá início à primeira perseguição do Estado. Agora, os judeus não eram os únicos a perseguirem os seguidores de Jesus.
Alguns anos depois, nos dias do imperados Domiciano, João é exilado na ilha de Patmos, no mar Egeu. (Apocalipse 1:9) Foi neste período que João escreveu o último livro da Bíblia, o Apocalipse.
Por todo o Novo Testamento, vemos como alguns grupos religiosos eram respeitados pelo povo, como é o caso dos Fariseus e Saduceus. Tais grupos, inclusive, comandavam o Sinédrio, uma espécie de supremo tribunal judeu. Foi esse tribunal que julgou Jesus (Mateus 26:57-68) e Estêvão (Atos 6:12-15).
As Sinagogas também eram populares neste período e foram muito importantes para a expansão do Evangelho. Jesus esteve em Sinagogas (Lucas 4:16-30; Marcos 1:21-22) e o apóstolo Paulo também proclamou que Jesus era o Messias prometido em muitas delas. (Atos 17:2-3)
A Igreja cresceu muito nessa era apostólica e, à medida que crescia, colecionavam certos escritos provenientes dos apóstolos ou daqueles que andaram com eles. Essa coletânea mais tarde se tornaria o Novo Testamento, considerado tão inspirado quanto o Antigo.
Encontramos no Novo Testamento, então, uma série de livros escritos para os primeiros cristãos, tendo em mente os judeus que precisavam ouvir a verdade de que Jesus era o Messias prometido há tantos séculos e por tantos profetas. Mas hoje, cerca de 2.000 anos depois, ainda nos deparamos com ensinamentos profundos e revelações imprescindíveis sobre quem é Jesus. Revelações estas e ensinamentos estes que falam conosco e vão de encontro às nossas necessidades. Como isso é possível?
É possível porque o Novo Testamento é a Palavra de Deus! É Deus quem fala por meio de cada homem que levantou para escrever a Sua Palavra. É Deus quem estava no controle, orquestrando cada acontecimento que expandia e fortalecia a Igreja em meio a tantas lutas.
Quanto à inspiração divina, tão necessária na escrita de ambos os Testamentos, crê-se que ela cessou quando João escreveu o último livro, o Apocalipse. Hoje temos inúmeros pastores e ministros que são usados por Deus para falar com Seu povo, é claro, mas nenhum outro escrito pode se equiparar em importância e valor à Bíblia, as Sagradas Escrituras. Ela está completa.
