Os Manuscritos da Bíblia - O que possuímos hoje é confiável?





Estamos estudando as Escrituras e sua formação já há algumas semanas. Não a vemos apenas como um livro antigo e sábio, acima de tudo, ela é a Palavra de Deus. E por ser a Palavra de Deus, podemos descansar na certeza de que o Deus que inspirou tantos homens para escreverem essas palavras, também as preservaria.

Este estudo também está disponível em vídeo no nosso canal no Youtube. Clique aqui para conferir.

Mas para aqueles que não creem na Bíblia como a Palavra de Deus, há a dúvida se ela é mesmo confiável. Como podemos explicar de maneira racional que este livro, escrito há séculos, foi preservado, chegou a nós como deveria e, por isso, se torna totalmente confiável?

Precisamos saber que existem dois termos importantes neste assunto: “autógrafos” e “manuscritos”. O termo “autógrafo” refere-se aos textos originais, aqueles escritos pelas mãos do próprio Davi, Moisés, Pedro e tantos outros. Já o termo “manuscrito” se refere às cópias manuais destes escritos, cópias feitas justamente para não se perder o que Deus revelou aos seus profetas.

Não possuímos nenhum autógrafo do Antigo ou Novo Testamento, nenhum material que possamos afirmar com certeza ter sido escrito pelas mãos dos homens inspirados por Deus. Muitos textos foram destruídos pelos inimigos do povo de Israel ao longo do tempo, mas outro fator que contribuiu para essa questão foi o zelo do próprio povo.

O zelo que o povo judeu tinha com as Escrituras Sagradas era tão grande que um mínimo estrago, causado pelo tempo ou manuseio, já era motivo para uma nova cópia ser feita e a antiga ser destruída. Afinal, a Palavra de Deus não poderia ficar registrada de qualquer maneira. O que era valorizado não era algo deixado por Moisés, mas sim, a Palavra ali registrada. É aqui que entram os inúmeros manuscritos que possuímos.

Vamos pensar primeiro nos manuscritos do Antigo Testamento. Os copistas judeus eram extremamente criteriosos. Segundo a tradição, caso houvesse um único erro no momento da cópia que não pudesse ser consertado, o manuscrito todo era destruído e iniciava-se uma nova cópia para que não houvesse problemas futuros.

Uma comprovação do cuidado desses copistas, e também da soberania de Deus em preservar Sua própria Palavra, são os manuscritos do Mar Morto. Em 1947, um ano extremamente marcante para os estudos do Antigo Testamento, vários manuscritos foram encontrados nas cavernas próximas ao Mar Morto. Entre eles estava um livro completo de Isaías e fragmentos de todos os demais livros do Antigo Testamento, com exceção do livro de Ester.

Estes textos pertenciam à uma comunidade judaica, provavelmente de essênios, e foram datados do ano 100 até 200 a.C. Estavam guardados em jarras de cerâmica que os manteve preservados durante dois milênios.

Mas qual o valor dos manuscritos do Mar Morto? Este achado do livro de Isaías possibilitou que os estudiosos se aproximassem cerca de mil anos dos textos originais do Antigo Testamento. A edição atual padrão do Antigo Testamento, que é utilizada nas traduções da língua original para as demais línguas modernas, é datada de 1010 d.C. Já o livro de Isaías encontrado entre os manuscritos do Mar Morto foi datado de 100 a.C. Ao compararem os dois manuscritos, com uma diferença de datas tão grande entre si, não foram encontradas divergências doutrinárias.

A integridade do Antigo Testamento pode ser confirmada pela fidelidade do processo de transmissão, que ficou clara nos rolos do mar Morto. Já o Novo Testamento, por outro lado, tem sua fidelidade baseada na quantidade de manuscritos existentes.

Não podemos dizer que temos algum autógrafo do Novo Testamento, e os motivos para isso são os mesmos com relação aos autógrafos do Antigo. Não havia a preocupação em preservar algo antigo, mas fora isso, também devemos levar em conta as perseguições que os primeiros cristãos enfrentaram.

A quantidade de manuscritos que temos do Novo Testamento é realmente admirável, são mais de cinco mil. Esse não é o caso de muitos livros históricos e religiosos do mundo antigo que praticamente desapareceram.

Se analisarmos Platão e Aristóteles, por exemplo, veremos que o tempo entre a composição de suas obras e o primeiro manuscrito de que temos conhecimento não é menos de 1.200 anos. Já o Evangelho de João, escrito no ano 95 d.C., possui um manuscrito feito cerca de apenas 40 anos depois do original. Quanto mais antigo for um manuscrito, mais valioso ele é. Por ter sido formado em um período mais próximo do original, tem menores chances de ter tido seu conteúdo mudado com o tempo.

Todas essas questões destacas nesse vídeo podem te ajudar a analisar sua fé de maneira racional e se preparar para ajudar aqueles que tiverem tais dúvidas. Podemos crer, e agora afirmar com base nesses estudos, que Deus não somente deu a Bíblia para a humanidade, mas também a preservou através dos séculos.

O que possuímos hoje é confiável. E não poderia ser diferente. Deus inspirou homens para escrever Sua Palavra e guiou todo o povo para guardar e preservar aquilo que Ele mesmo nos entregou. A Bíblia foi preservada pelo seu próprio autor: Deus.

“Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro.” - Apocalipse 22:19

Esperamos que este estudo tenha te abençoado e enriquecido seus conhecimentos bíblicos. Até a próxima!




Postado em 02/06/2023

A Palavra de Deus