O Antigo Testamento é a primeira parte, e também a mais antiga da Bíblia. É no Antigo Testamento que encontramos todos os começos. Começos como a criação do mundo e de tudo o que nele há, a criação do homem feito à imagem e semelhança de Deus, o início do povo escolhido e da monarquia em Israel.
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Alguns acontecimentos como a criação do mundo, o dilúvio e a Torre de Babel, são de difícil datação. Alguns autores adotam datas enquanto outros não. Mas não há problemas quanto a isso, afinal, a Bíblia não tem como um de seus objetivos nos dar datas específicas destes acontecimentos. A datação se torna mais fácil a partir da vida de Abraão, que viveu por volta de 2.100 antes de Cristo.
Deus promete a Abraão que faria dele uma grande nação e que todas as nações da terra seriam benditas através da sua descendência, referindo-se, é claro, a Jesus. (Gênesis 12:2-3) O Antigo Testamento narra todo um caminho que aponta e prepara para a chegada de Cristo, o Salvador do mundo. Deus cria o homem e, após a queda, inicia-se o plano divino para a redenção da humanidade. Deus faz isso por meio de um povo escolhido: o povo de Israel. E é justamente a história deste povo que vemos sendo contada ao longo de todo o Antigo Testamento.
Mas quem escreveu o Antigo Testamento? Em quais línguas ele foi escrito, e quanto tempo ele levou para ser completo?
Se partirmos da Bíblia protestante, acredita-se que o Antigo Testamento tenha sido escrito entre 1.500 e 400 antes de Cristo. Já segundo a Bíblia católica, ele foi escrito por um período maior, até por volta de 100 antes de Cristo. Isso porque, na Bíblia católica, encontram-se também alguns livros de um período posterior, livros que não estão presentes na Bíblia protestante.
O Antigo Testamento, de fato, teve muito mais escritores que o Novo Testamento. Escritores estes que foram inspirados por Deus para escrever a Sua Palavra de maneira sobrenatural. Homens comuns e de variadas profissões, como reis, pastores, sacerdotes e escribas. Essa lista de escritores é bem extensa, estão entre eles Moisés, a quem é creditada a autoria dos cinco primeiros livros da Bíblia, Samuel, Davi, Isaías, Daniel, Esdras, e muitos outros, além daqueles que permanecem anônimos. Por alguns versículos da Bíblia, podemos compreender que eles sabiam que estavam sendo guiados por Deus nesse processo (Isaías 59:21) e que assim, através de palavras humanas, Deus falava.
Antes da produção dos livros, havia a tradição oral. Isso significa que as histórias do povo de Deus eram passadas de geração em geração. Quando os livros começaram a ser registrados de forma escrita, provavelmente por meio de Moisés e na época em que o povo saiu do Egito, foram usadas pedras, tabuinhas de barro ou argila, madeira, couro e papiro.
É importante termos em mente quantas coisas aconteciam no mundo todo enquanto o Antigo Testamento estava sendo formado. O relógio d’água era inventado no Egito, a seda começava a ser fabricada na China, nasciam filósofos famosos e grandes cidades eram construídas. A humanidade se desenvolvia e o povo de Deus se desenvolvia também. A forma de registrar a os Escritos Sagrados e os materiais usados para isso, também foram mudando com o tempo.
Os idiomas originais do Antigo Testamento são o hebraico e o aramaico. O hebraico é a língua predominante, e o aramaico pode ser encontrado em apenas alguns trechos dos livros de Esdras, Jeremias e Daniel. A influência do aramaico começou no cativeiro de Israel, na Assíria; e continuou no cativeiro de Judá, na Babilônia.
Outro ponto muito interessante é que o Antigo Testamento não está organizado por ordem cronológica, mas sim por temas, e há diferentes formas de mostrar essa divisão temática.
O Antigo Testamento pode ser subdividido em quatro partes. Temos os livros da Lei, também chamado de Pentateuco, os livros Históricos, os Poéticos, e por fim, os livros Proféticos, sendo divididos entre Profetas Maiores e Profetas Menores. Mas essa divisão que conhecemos hoje é tardia. Nos dias de Jesus, os judeus viam o Antigo Testamento de outra forma.
A Bíblia hebraica, chamada de TaNaK pelos judeus, não possui o Novo Testamento, mas apenas o Antigo. Ela é dividida entre Lei, Profetas e Escritos. O termo TaNaK se refere às iniciais de cada uma dessas partes em seu idioma original: Torah – a Lei, de Gênesis a Deuteronômio; Nevi’im – os Profetas, sendo divididos entre profetas anteriores, como o livro de Josué e Juízes; e posteriores, como Isaías, Jeremias e Oséias,por exemplo; por fim, Ketuvim – os Escritos, onde estão os livros de Salmos, Lamentações, Ester e muitos outros.
O número de livros presentes na Bíblia hebraica é exatamente igual ao número de livros presentes no Antigo Testamento da Bíblia protestante, apesar de estarem posicionados de maneira diferente.
Entender essa divisão da Bíblia hebraica é interessante porque Jesus a cita dessa forma: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (Lucas 24:44) O termo Salmos, usado por Jesus, era apenas uma outra forma de se referir aos Escritos.
O longo período de escrita, as diferentes épocas e contextos em que os escritores estavam inseridos, a forma como foram preservados e o cuidado dos copistas, judeus zelosos e tementes a Deus, nos mostram apenas uma coisa: o Antigo Testamento é a Palavra de Deus, preservado e guardado pelo próprio Deus, para que chegasse até nós exatamente como deveria ser.
Ao longo de todo o Antigo Testamento, vemos o cuidado do Senhor com Seu povo escolhido, mesmo em meio à perseguição. Quando este povo se tornou escravo, Deus os libertou de maneira sobrenatural; quando se perderam, Deus levantou juízes; quando se tornaram uma nação vassala de outros povos, Deus levantou profetas que os instruía e corrigia.
Mas o mais importante: o Antigo Testamento aponta para Jesus, o Messias prometido, o leão da tribo de Judá, descendente de Davi, Aquele que se revela no Testamento seguinte, onde a promessa se cumpre e a espera termina.
Esperamos que este estudo tenha te abençoado e enriquecido seus conhecimentos bíblicos. Até a próxima!